Crítica O Codex 632 Shelf Awareness joserodriguessantos Março 14, 2023

Crítica O Codex 632 Shelf Awareness

Shelf Awareness USA
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EUA

“Portugal é justamente famoso por muitas coisas – castelos, praias, Fátima, língua romântica, exploração, fado, bacalhau, vinho do Porto, Cristóvão Colombo … calma. Cristóvão Colombo? Nem por isso? Se José Rodrigues dos Santos conseguiu o seu propósito, com a publicação de O Codex 632: A Identidade Secreta de Cristóvão Colombo, Colombo não mais será considerado italiano, mas sim português; mais, um judeu português.

Quem diria que um grande debate sobre a nacionalidade de Cristóvão Colombo começou por volta de 1892, e foram produzidos documentos forjados para apoiar as reivindicações espanholas e italianas? A Itália ganhou a batalha de relações públicas, em parte por insistir que os dois Colombos em jogo eram o mesmo homem. Mas como é que um humilde tecelão de seda genovês se tornou um navegador instruído versado em cosmografia? Ou, ainda mais difícil, casou com a nobreza portuguesa? Por que escrevia em castelhano, latim e português, mas usava um tradutor para o dialeto toscano ou genovês? Ainda mais provocantes são as pistas que apontam para o facto de ser judeu ou marrano, um judeu que finge ser cristão. A sua assinatura era cabalística. Utilizava tabelas astronómicas escritas em hebraico. A tripulação na sua viagem para o Novo Mundo incluía 40 genoveses, numa altura em que «genovês» era código para judeu. E porque partiu ele em 1492? Estava ao serviço do Rei D. João II, para eliminar a Espanha da corrida na busca de uma rota marítima para a Índia. O Tratado de Tordesilhas de 1494 tinha dividido o mundo entre Espanha e Portugal, e a Índia era a joia da coroa mais procurada.

Um bestseller em Portugal (onde ultrapassou Harry Potter), o livro de Santos é mais um romance sobre história e interpretação do que um thriller. Os códigos e o mistério fomentam as descobertas, nossas e dos viajantes. José Rodrigues dos Santos escreveu um livro que fascina e informa, assim como entretém; é também uma mini-travessia de um país incrivelmente belo”.