Cultures Juives
“Uma narrativa muito bonita sobre um episódio do Shoah. (…) Nenhuma personagem é simples, estamos longe da simplificação angelical de um filme de Hollywood. Não há monstros, não há inocentes, mas um ou outro, dependendo das circunstâncias: apenas seres humanos, limitados pelas suas fraquezas e contradições. (…) Muitas vezes lembra-nos o maravilhoso filme de Roberto Begnini, «A Vida é Bela»; este romance carrega a mesma qualidade de ‘transfiguração’ da realidade que nos permite suportá-lo sem a trair. Lembra-nos também os Filhos de Saul, de László Nemes, uma vez que este romance, da mesma forma, não hesita em mergulhar no coração das trevas para expor a extrema crueldade do universo dos campos de concentração. Lembra-nos, finalmente, de Primo Levi. (…) José Rodrigues dos Santos mostra muito bem como é pequena e frágil a fronteira entre a magia branca e negra, o mito e a patranha, o misticismo e a superstição, e lembra-nos como a ideologia nazi se baseava em inúmeras crenças absurdas que roçavam a loucura”.
